5º Domingo do Tempo Comum – 2024



Domingo, 05 de fevereiro.
jesus nazaré

“Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.

No evangelho do domingo passado Jesus vai à sinagoga e expulsa os demônios de um homem. No evangelho deste domingo, Jesus sai da sinagoga e vai à casa de Simão para curar sua sogra da febre, mesmo sendo dia de Shabbat.

E depois, Jesus não voltou mais à sinagoga, porque precisava ir mais longe, para as aldeias das redondezas, para onde o sofrimento era grande, ou seja, para onde as pessoas almejavam um sentido maior para a vida.

Lá na sinagoga, Jesus e seus discípulos descobriram que o projeto de Deus está atrasado pela lei que foi imposta como um peso. Percebamos, no evangelho, que os doentes, os que sofriam e os que estavam dominados pelo demônio, foram ao encontro de Jesus somente depois do pôr do sol.

Jesus era proibido de curar no sábado

A razão disso, era porque era sábado, e antes do pôr do sol era proibido curar. Como podem proibir de fazer o bem no sábado? O que Jesus fez ao curar a sogra de Pedro neste dia era proibido, porque, para a lei daquela época, isso era uma perda de tempo, pois era permitido usá-lo somente às coisas sagradas.

A Sinagoga talvez tenha se tornado o símbolo de um projeto que não alcançava mais os corações porque está limitada pelo peso da lei. Todas as religiões devem ter como sentido primeiro o bem da vida humana e a união de todos.

A comunidade que Jesus reúne em torno da fé, tem como centro a vida humana para que ela seja integralmente restaurada. É um aviso para todos nós que queremos seguir Jesus como nosso mestre, promover a vida humana, especialmente dos que mais sofrem, e a família, para que sejam integralmente resgatadas.

Como podemos supor alguma religião cristã que não promove, sem negociação alguma, a vida humana e a união de todos? Nenhuma lei pode ser obstáculo para o bem que o Senhor Jesus Cristo nos propõe a praticar.

Jesus nos ensina a praticar o bem

A sinagoga colocou muitos muros, muitas alfândegas, pois era muito difícil cumprir todas as mais de 600 leis para fazer a vontade de Deus, por isso, Jesus sai da sinagoga e nos convida a sairmos de qualquer experiência que nos atrase a praticar o bem, como curar, perdoar, ajudar, transformar, compreender e libertar.

Seguir Jesus é ir para onde Ele for e fazer o que Ele faz, o critério que Ele tem como proposta para nós é sempre o mesmo, o amor. Ficar onde sempre estivemos é o contrário do propósito do nosso batismo.

No entanto, foi para isso que Jesus veio, a fim de nos restaurar para transmitirmos seus ensinamentos através de nossos exemplos de vida, e a professar todas as maravilhas que celebramos dentro da igreja.

Isso acontecerá se fizermos a vontade de Deus praticando a justiça ao próximo. Somos instrumentos eficazes para a felicidade das pessoas que nos circundam, especialmente das que mais precisam. Na segunda leitura, São Paulo nos diz que não há sentido se não pregarmos o evangelho, e que não é uma condição e sim uma imposição.

Não somos obrigados a pregar, mas para nós, nos sentimos obrigados a fazer parte dessa missão. A mentira é maior causa dos fracassos, por isso devemos ser autênticos diante à fé que professamos.

Há tantas perguntas que fazemos para as quais ainda não temos respostas, e que por vezes caminhamos por escuridões, tão profundas, mesmo fazendo a vontade de Deus. Em suma, devemos dar conta das escuridões da vida, apesar de não entendermos tudo, mas sempre crentes que alcançaremos a vitória lá na frente.

Jesus quer que sejamos a favor da união

O sentido da nossa vida está em vivê-la em favor da vida e da união, mesmo que custe a nossa. Jesus nos convida a nos despojar, ou seja, renunciar as coisas que nos escravizam e que nos fazem pensar diferente de Deus. Que possamos nos direcionar às pessoas que clamam por uma vida melhor e possamos ser portadores dessa boa notícia, que hoje nos alcança pelo evangelho.

Se as pessoas que amamos não são capazes de nos proporcionar uma vida melhor e justa, então devemos ir ao encontro daqueles que necessitam de nós. Peçamos ao Senhor nosso Deus que nos oriente e nos ilumine para tomarmos as escolhas devidas e nos capacite para elas, com a sua graça e sua força.

Lembremo-nos, sempre de que, não devemos dialogar com o demônio, pois isso resultará em derrota; e sigamos o exemplo do pai do filho pródigo que esperou pacientemente e em silêncio pelo retorno do seu filho.

Artigo baseado na homilia de
Frei Guilherme Pereira Anselmo Jr.
Diocese de Campo Limpo,
São Paulo – SP.

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