Domingo, 16 de fevereiro.

“Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir!”
Os Bem-Aventurados
Jesus nos fala hoje, no evangelho, de uma felicidade, ou seja, para ser feliz basta estarmos juntos das pessoas que amamos, ter fé nos momentos de dúvidas e tribulações, se apoiar em Deus, ajudar as pessoas que querem ser ajudadas, aproveitar as coisas simples porque nem sempre teremos grandes coisas na vida e incluir os pobres.
No evangelho, Jesus se encontra com uma multidão de pessoas que acreditavam que a felicidade estava no acúmulo de bens e riquezas e, somente assim, seriam abençoados por Deus e isto os tornaria bem-aventurados. Na sociedade atual, o pensamento não é tão diferente, a não ser para os cristãos.
Naquele tempo, Jesus olha para aquela multidão que não tinha nada o que queria, porém aqueles que tinham tudo, às vezes nem de Deus precisavam, e ficavam se gabando por acumularem bens com seu suor, trabalho e dinheiro, sem a ajuda de ninguém. E para eles, Deus ia se tornado, aos poucos, um enfeite.
Jesus caminha com os pequeninos
Muitos dos que tinham tudo batem a mão no peito dizendo que rezam, vão à missa, contribuem com o dízimo etc., no entanto Jesus está preocupado com outra coisa mais a fundo em seus corações: o egoísmo. Essa multidão que o seguia não tinha nada do que precisavam, passavam fome, eram pessoas sem lugar na sociedade, eram considerados amaldiçoados, estrangeiros e malvistos.
Essas pessoas eram justamente quem Jesus apascentava, já os outros felizes, bem-aventurados e benditos, já tinham o que queriam. Posteriormente, Jesus se volta à multidão que o seguia, lhe diz que já descobriram a felicidade e que são os benditos e bem-aventurados.
Não importa se são pobres, se passam fome e se choram porque sofrem, contudo, os que riem por terem tudo, eram os que não seguiam Jesus. Com Jesus nós descobrimos para que fomos criados, sem Jesus podemos ter tudo o que quisermos, no entanto, nunca encontraremos o sentido da vida, porque sempre haverá um buraco a ser preenchido.
Jesus nos antecipa a pensarmos nisso agora e nos reúne aqui como seus filhos, olha bem para nós e nos propõe essa reflexão profunda do coração no que se refere ao que dá sentido à nossas vidas.
Devemos superar nosso eu interior
Nossas atitudes não devem ser tomadas somente para o nosso eu e sim para o outro, nos empurrando para fora de nós. Enquanto nossa tendência é de querermos apenas nos afastar dos problemas dos outros, nossa missão é ser sal e luz para os mais necessitados que querem ser acolhidos.
Por isso não devemos desistir deles, porque podemos ser as únicas pessoas que Deus colocou em seus caminhos para encontrarem a luz. Conquistar as coisas na vida é muito bom e também faz parte, mesmo encontrando muitas dificuldades, mas nada disso será capaz de dar sentido à vida se não doarmos nossas vidas pelo outro conforme os ensinamentos de Jesus.
Devemos nos perguntar qual é nossa missão nesta vida para alcançarmos a salvação e a salvação de nossos irmãos e o quanto esse sentido ocupa em nossas vidas, o espaço e o tempo. O chamado não pode ser apenas uma visita ou somente um enfeite, tem que dizer respeito ao sentido de nossas vidas.
Reconhecer isso através do modo como tratamos as pessoas, especialmente aquelas que necessitam de nós, pode ser observado em nosso dia a dia. Ao vivermos de forma ética e bondosa, de acordo com o segundo maior mandamento de Deus, demonstraremos nosso comprometimento com o bem-estar dos outros.
O sentido de nossa existência
Quando participamos das missas, devemos perceber o quanto elas impactam nossas vidas e o quanto a palavra que ouvimos, a comunhão que fazemos e a convivência fraterna que testemunhamos nos influenciam profundamente. Nós, presentes na igreja, devemos atuar como pontes, levando essa vivência para o mundo lá fora.
Não podemos clamar na igreja ‘Senhor, Senhor!’ e agir de forma diferente em nossos ambientes de trabalho e familiar. Este é um risco que todos corremos. Por isso, devemos permitir que a palavra de Deus toque profundamente nossos corações, aceitando as Suas regras e não as nossas, mesmo que tenhamos dúvidas, pois são as regras de Deus que nos conduzem à vida eterna.
Vã seria uma esperança temporária por uma realização temporária, e esta iniciativa começa aqui entre nós, seja na comunidade, na família, no trabalho etc. Do contrário estamos separando o que não pode ser separado: o sentido da existência humana.
Artigo baseado na homilia de
Frei Guilherme Pereira Anselmo Jr.
Diocese de Campo Limpo
São Paulo – SP

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