Amar os Inimigos | 7º Domingo do Tempo Comum – 2025


Domingo, 25 de fevereiro.

amar os inimigos

“Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam.  E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim.”

Amar o próximo inclui amar os inimigos

Uma das cenas mais belas do Antigo Testamento ocorre quando o profeta Moisés sobe ao monte, e lá Deus lhe entrega um presente: duas tábuas nas quais grava Seus mandamentos. O primeiro mandamento nos chama a amar Deus sobre todas as coisas, enquanto o segundo nos convida a amar nossos irmãos como a nós mesmos, incluindo amar os inimigos.

Esses mandamentos dizem respeito à nossa relação com Deus, que está acima de todas as coisas, e com as pessoas. Quando Jesus passa por esta terra, ele também dá um novo mandamento aos seus discípulos: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!”

Esse mandamento também serve para nós que o seguimos, pois este é o único e o grande mandamento da vida cristã que também diz respeito a amarmos nossos inimigos. Por isso Jesus não nos revela um caminho fácil, apesar de ser um caminho de graça e salvação.

Jesus nos explica, por meio de suas palavras e de suas ações, que o amor pelos pobres, o amor de caridade, o amor pela família, pelo pai, pela mãe, conjugue e filhos deve ser sempre colocado em prática, porém o ápice que Jesus nos pede é revelado no evangelho de hoje, sendo o mais difícil da vida cristã: amar nossos inimigos.

Amar os inimigos não significa que devemos agir como eles, nem andar com eles, pecar como eles ou falar mal deles, mas tratá-los bem, dando bom dia, boa tarde com um belo sorriso e até abraçá-los em uma oportunidade.

Temos o exemplo do centurião romano que amava seu empregado judeu, que adoecera. Ao saber dos milagres que Jesus realizava, foi ao seu encontro e lhe pediu que curasse seu empregado. Jesus, embora pudesse ter recusado o pedido de um romano que oprimia seu povo, teve compaixão e curou o empregado, levando à conversão do centurião.

Isso mostra que nada nos impede de fazermos o bem aos nossos inimigos e a quem nos persegue, porque não é do agrado de Deus fazermos distinção de pessoas. Jesus também nos ensina a abençoar aqueles que nos amaldiçoam e rezar por aqueles que nos fizeram mal.

O sentimento de vingança e dominação

Diante do inimigo, nosso desejo humano tende à vingança e vingança em dobro porque nossa limitação humana não se contenta que o outro pague apenas com a mesma moeda, chegamos a desejar a morte de quem nos prejudicou, como por exemplo, uma dívida do passado que ainda não foi paga e que não passa de um bem material.

Uma característica humana é a disputa de dominação, ou seja, um quer ter mais razão que o outro, se um faz uma coisa que outro não gosta já é motivo de gerar rancor, mágoa, ódio e vingança, causando divisões, destruição da família, do lar, do emprego e até da dignidade.

Não é saudável conviver com pessoas assim que não aceitam ajuda, por isso devemos orar por elas e perdoá-las. Pergunte ao seu desafeto o que ele não concorda em você e depois coloque para ele o que você não concorda com ele, se mesmo assim o outro lado não aceitar a negociação, sacuda a poeira das suas sandálias e busque aqueles que aceitam ou necessitam da sua luz.

Amar os inimigos os afastam de nós

Jesus é claro, se nós de fato queremos segui-lo, não basta amar quem nos ama, nós só seremos cristãos de verdade quando chegarmos ao ponto de amarmos nossos inimigos. Você sabia que amar o inimigo o afasta de nós? Para ele, é humilhante ser amado por alguém que ele prejudicou, pois nossa luz é demasiadamente intensa para quem prefere viver nas trevas e na escravidão. O nosso amor pode nos proteger até de ameaças de morte, mesmo que sejamos falhos e, de alguma forma, tenhamos contribuído para isso.

Não devemos responder o mal com o mal, e sim com o bem. Isso é duro porque não é da natureza humana, por isso o Espírito Santo é quem nos possibilita a agirmos de forma tão milagrosa.

No dia 13 de maio de 1983 um mulçumano turco chamado Mehmet Ali Ağca, atirou contra o Papa João Paulo II na praça de São Pedro, com a intenção de matá-lo e, pela graça divina, não atingiu nenhum órgão vital e o Papa sobreviveu. Após sua recuperação, João Paulo II visitou esse mulçumano na prisão e o perdoou.

O convite de Deus é feito a todos

Jesus também nos ensina a convidar, para nossas festas, aquelas pessoas de nossos meios que não gostamos, muitas vezes sem razão específica, apenas pelo fato de acharmos que nossas personalidades podem não coincidir. Frequentemente, essas pessoas precisam se sentir incluídas e amadas. Por experiência própria, eu já convidei pessoas com as quais inicialmente não simpatizava e acabei gostando delas, tornando-nos amigos; agir de forma contrária pode ser considerado preconceito.

Faça pelos outros o que você espera que façam por você, pois é somente através do amor que conseguiremos efetuar mudanças neles, sem cobranças nem acusações. Seja leve, como Jesus nos ensina, e deixe que aqueles que desejarem, nos sigam pelo que realmente somos.

Não julgueis para não serdes julgados, não condeneis para não serdes condenados. Se você quer ser amado, ame o outro, se você quer ser lembrado, lembre-se do outro. Pois é dando que ser recebe e perdoando que se é perdoado. Ao fazer o bem para o outro, também conseguiremos receber o bem por mais que difícil seja, pois quem planta o bem só tem a colher o bem, mesmo a longo prazo.

Artigo baseado na homilia de
Padre Rodrigo Custódio Andrade Ramos
Diocese de Campo Limpo
São Paulo – SP

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