Bodas de Caná | 2º Domingo do Tempo Comum – 2025


Domingo, 19 de janeiro.

bodas de caná

“Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”.

Deus nos desposa em Caná da Galileia

O casamento, no antigo Israel, é usado por diversas vezes na sagrada escritura, e o exemplo das bodas de Caná, no evangelho de hoje, é muito especial para nós. Tanto o profeta Isaias quanto o autor do evangelho nos descrevem esta imagem como um símbolo da relação entre Deus e seu povo.

Deus assume um pacto conosco ao nos desposar, garantindo que seremos para sempre amados e amparados. No Antigo Testamento, o profeta Isaías já afirmava que Deus se manteria sempre fiel; é uma promessa que enche nossas vidas de esperança e serve como base para seguirmos em frente, mesmo nas tribulações.

Essa esperança também é capaz de reconstruir vidas, pois sabemos que Deus, ao nos desposar, assumiu uma aliança conosco. Paulo fala de maneira muito intensa sobre essa aliança, que se manifesta nos rostos e na diversidade das pessoas, nas relações e nas missões que assumimos.

A aliança de Deus em vista do bem comum

O Espírito, diz Paulo na segunda leitura, age em todos de forma diferente e única. Nele nascem todos os dons e critérios para reconhecermos que esse casamento, seja um pacto ou uma aliança, está dando certo em vista do bem comum, pois construímos essa experiência conforme a vontade de Deus.

A festa, descrita no evangelho deste domingo, é uma festa que não pode acabar, a festa do divino, que precisa estar sempre ativa, enchendo-nos de alegria, guiando nossos passos e nos confortando; porém há sempre o risco dessa festa falir.

A razão desse risco se faz presente em nossas fraquezas, por isso a mãe de Jesus está atenta a isso, por saber que em nossas vidas pode faltar o vinho por conta dos nossos pecados. Maria nos ensina a estarmos sempre atentos em nossos casamentos para não construirmos nossos lares sobre o terreno arenoso, mas sim sobre a rocha que é Jesus.

Maria é a ponte entre nós e seu filho

Isso também serve no nosso trabalho, na comunidade, na sociedade, em nossos laços de amizade etc. A falta do vinho significa a falta da graça e do sentido verdadeiro dessa aliança profetizada por Isaias e confirmada e cumprida em Jesus Cristo.

Para isso nós nos unimos no casamento e em todos os laços que constituímos. Do contrário, perdemos o vinho, o sentido, a alegria, a fé e a esperança, e o mal se enraíza nos corações de quem traímos, causando divisões em nossas relações. A mãe de Jesus está atenta porque ela representa, nesse evangelho de João, o povo fiel, aquela porção do antigo Israel que não desistiu do casamento com seu Deus e de sua aliança.

Maria recorre ao Messias porque sabe que somente Ele é capaz de restaurar o que perdemos. Maria também nos ensina a recorrermos, com pressa e com urgência santa, somente a seu filho nos momentos mais difíceis em que estivermos correndo o risco de cair em tentação.

Jesus nos restaura e nos provém

Jesus é o único que pode restaurar o sentido do nosso caminho e da nossa missão. Jesus provém aquela festa, assim como também nos provém, desde que sejamos fiéis a seus ensinamentos.  

O milagre de Jesus em Caná simboliza a importância da família como a célula fundamental da sociedade, que nos protege contra as ameaças do maligno. Por isso, as famílias enfrentam tantos desafios, e se lhes faltar “vinho” – representando harmonia e unidade – podem acabar divididas, e sabemos que a divisão não vem de Deus.

Jesus no faz ver e enxergar o que já está ali. As talhas, os jarros, já estão ali, o que significa que já temos o que precisamos para seguirmos em frente, só que por vezes estão vazias, mesmo que nossa religião e espiritualidade estejam ali também.

Nós viemos à missa, temos uma comunidade, comungamos, mas corremos o risco de ser somente aparência e estética ou um mero cumprimento de preceitos. Se for assim, nossas talhas estarão sempre vazias, sem água, quem dirá vinho.

Nossas talhas devem estar sempre cheias.

Primeiro, Jesus manda encher as talhas com água até a boca, significa que precisamos recobrar o que já temos, o que já somos, o que já sabemos e estar com os pés no chão. A água nos representa o símbolo da vida e que nos capacita a seguirmos em frente.

É dali que Jesus nos dá o sinal de que o noivo não faltará e fará a sua parte como esposo. O mestre de cerimônia se espanta com a qualidade daquele vinho que foi servido até quando os convidados já estavam embriagados.

Essa também será a nossa surpresa quando confiarmos e fizermos o que Jesus nos disser, do mesmo modo que sua mãe nos orienta constantemente a praticarmos justiça, acolhimento, perdão, honestidade, fidelidade, tolerância, inclusão, reconciliação, amor e união. Dessa forma, podemos testemunhar essa festa e nos preparar fortalecidos para as missões que nos aguardam.

Artigo baseado na homilia de
Frei Guilherme Pereira Anselmo Jr.
Diocese de Campo Limpo
São Paulo – SP

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