Domingo, 07 de janeiro.
A Chegada dos Três Magos
A oportunidade que a igreja nos oferece hoje, ao celebrarmos a Epifania do Senhor, é a de termos diante de nossos olhos a manifestação de Deus numa cena tão concreta.
A Epifania é a manifestação de Jesus aos gentios, notadamente aos Reis Magos. Os três magos, descritos no evangelho, nos representam de muitas formas e em muitos momentos de nossas vidas.
O projeto de Deus se faz experiência na vida e na história das pessoas. De onde vieram esses magos que estão no centro do evangelho deste domingo, junto a Jesus? Não há informações precisas deles, mas sim de que eles representam todas as nações.
Esses magos nos representam especialmente no movimento em que fazem: sair de onde estão para ir ao encontro de um sentido para suas vidas. Ninguém vai muito longe na vida se não tem uma grande busca, ou uma busca interior que o motiva para alcançar seus objetivos.
Esses magos nos representam quando nos deixamos guiar por essa luz que brilha diante de nossos olhos, sendo nossa esperança e nossa fé, concretizada na presença de um menino Rei diante uma realidade paradoxal.
Os magos, como nós, muitas vezes diante desse mistério de insegurança, medo e dúvida, são sustentados pela fé e pela esperança. São dois verdadeiros dons e virtudes que Deus nos concede para seguirmos caminhando sem desistir.
No caminho em direção ao presépio, os magos atravessam o reino de Herodes, porém, não se entusiasmam com o mesmo, pois enxergam apenas o passado, as normas e os costumes que afligem Herodes e os doutores da lei.
Nesse cenário, assim como em diversos momentos de nossa vida, deparamo-nos apenas com normas e leis impostas pelos homens, muitas vezes beneficiando apenas a eles próprios.
Só o novo é capaz de nos sustentar perante às circunstancias da vida. Os magos, ao chegarem em Belém, enxergam no menino, no colo de seus pais, o que buscavam. Uma cena não tão comum do cotidiano os tocou e fala muito sobre nós, pois Deus quis se reencarnar em uma família que, mesmo em uma situação de pobreza, se mantinha unida e obediente a Deus.
A Epifania de hoje nos apresenta uma nova realidade
A Epifania de hoje se celebra quando abrimos nossos olhos, como abriram os magos, que enxergaram o verdadeiro Deus presente em suas vidas. Certamente aquela cena não deve ter correspondido a tantas coisas que eles esperavam, mas tiveram compaixão. A Epifania nos convida a termos compaixão diante as realidade que a vida nos apresenta.
Como, por exemplo, nem sempre aquele emprego, aquela casa, aquele carro, aquela comida ou aquela roupa eram o que esperávamos, e até mesmo nossa esposa ou esposo, filhos, etc. O que importa é a presença de Deus em nossas vidas perante eles.
A Epifania também nos convida a levantarmos nossas cabeças, como disse o profeta na primeira leitura, a acendermos bem a luz para entendermos o projeto de Deus em nossas vidas. Essa foi a vontade de Deus na vida da Sagrada Família naquele momento e naquela ocasião, onde estavam submetidos à lei dos homens.
Hoje em dia, não é tão diferente daquela época. Se não nos unirmos a nossa família, também estaremos submetidos a lei dos homens, cujo propósito é a divisão; e onde há divisão não há Deus. Deus se revelou aos magos, ou seja, àqueles que são considerados estrangeiros e impuros à sociedade daquela época, porque vieram de longe.
Na Epifania do Senhor, celebramos essa nossa nova vocação
Isso deve nos fazer pensar sobre a inclusão, que é o projeto de Deus em nossas vidas. Sem nenhum tipo de exceção, sem nenhuma barreira, sem nenhum muro e sem nenhuma divisão. Na Epifania do Senhor celebramos essas nossas vocações, como cristãos, de testemunho, de acolhida, de perdão, de solidadriedade e compaixão para todos e com todos.
O ouro que representa o poder e a realeza dos palácios é desfeito e entregue a um menino, no colo humilde de seus pais, sem a coroa, tão quanto as paredes de um templo ou de um palácio. Aquele ouro, entregue ao menino, deve significar também para nós, nossas ofertas, homenagem e glória a Deus.
Devemos orar por aquelas crianças que se encontram em uma realidade semelhante a do presépio. Por isso, é importante doarmos cestas básicas para nossas paróquias, que têm o papel de acolhê-los.
O incenso era usado no templo para o sacrifício, pedindo a benção, o perdão, para que a fumaça chegasse a Deus e Dele viesse a benção. O perfume do incenso agradaria a Deus e Ele então responderia com a graça.
Agora, esse menino nos ensinará que não há mais necessidade de pagarmos nada. Pois sua oferta é de graça e generosa. O Incenso agora é simbolo de ação de graças, louvor e adoração.
A mirra, que trazem também em seus cofres, símbolo da dor, do sofrimento e do disfarce, era usado como perfume nos sepultamentos, talvez para confundir o odor da morte e da perda. E também era usado para perfumar a aliança do matrimônio.
Para os magos, essa experiência lhes fez perceber que agora é preciso voltar por outro caminho. O caminho da salvação e de novas escolhas. Porque fazer as mesmas escolhas significa ter os mesmos resultados; e para que nossa sociedade seja diferente, devemos fazer escolhas diferentes e encorajados pelo exemplo da Sagrada Família.
Artigo baseado na homilia de
Frei Guilherme Pereira Anselmo Jr.
Diocese de Campo Limpo,
São Paulo – SP.
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