Multiplicação dos Pães | 17º Domingo do Tempo Comum – 2024



Domingo, 28 de julho.
multiplicação dos pães

"Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes."

A multiplicação dos pães

Neste domingo iniciamos o capítulo sexto do evangelho de São João, que é chamado o capítulo da multiplicação dos pães e da Eucaristia. Com isso, São João já pressupõe que seus ouvintes compreenderam e viveram este memorial da Eucaristia.

São João quer dar um passo além ao se aprofundar no contexto da Eucaristia. No evangelho Jesus multiplica os pães, então quer dizer que basta eu pedir a Jesus ou crer que Ele vai multiplicar meu salário, me prover de bens, afeto, saúde etc.? e acabar com a fome mundial?

Deus nos providência, mas não no sentido literal, apesar que alimentar os famintos é uma obra de misericórdia. Mas não é isto que São João quer nos levar a refletir. No início do evangelho Jesus sai com seus discípulos, toma um barco, atravessa o mar da Galileia e desembarca em Tiberíades.

Jesus subiu ao monte e de lá avistou a multidão que estava indo ao seu encontro faminta há dias. Moisés atravessou o mar da Galileia a pé enxuto, subiu ao monte e no deserto saciou a multidão com o maná. Com isso São João nos leva a refletir que Jesus é o novo Moisés.

O que possibilita a multiplicação dos pães?

Nesse mesmo monte, Jesus proferiu o sermão da montanha e, lá, Jesus pergunta a Felipe: “Como vamos alimentar esta multidão faminta?” e Felipe responde que nem com duzentas moedas de prata daria para comprar alimentos para todos.

A lógica de Filipe era a lógica do mundo, e o evangelho quer nos levar a refletir sobre aquilo que nos possibilita a multiplicação dos pães, ou seja, a fé. Porém, fé não é magia, fé é mudança de mentalidade e de comportamento.

É lamentável a abertura das olimpíadas na França não ter mencionado, em nenhum instante, a importância do cristianismo em sua história, que foi crucial para o crescimento da Europa e, em especial, na França. No passado, a França foi intitulada como a primogênita, porque foi o primeiro reinado a reconhecer a importância do cristianismo através do Rei Clóvis.

Hoje, a França, como o resto da Europa, perdeu seus valores cristãos. Hoje o mundo nos ensina que podemos ser o que quisermos, inclusive um animal. Puro engano do demônio, pois a sociedade de hoje nunca teve um índice tão alto de suicídios como estamos presenciando.

Muitos escravizam suas vidas nos vícios, na pornografia, no sexo (ao se aproveitar dos sentimentos e das carências afetivas) e no acúmulo desnecessário de bens. Isso é uma atitude irracional porque desperta no ser-humano seus instintos primatas.

Devemos realizar a multiplicação dos pães

E nesta realidade, surgem multidões e multidões de pessoas famintas, não só de pão material, mas da palavra de Deus. Por isso, Jesus Cristo nos chama a alimentar esta multidão, saciando suas fomes espirituais porque não conhecem o verdadeiro alimento.

Jesus é o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Quando percebemos que nossa vida é monótona, é porque falta Deus em nossas vidas, assim como os prazeres momentâneos não conseguem dar um verdadeiro sentido à nossa existência.

Para que Jesus multiplique nossos pães, basta doarmos nossos bens aos necessitados, pois é dando que se recebe. Por isso, a Eucaristia, por menor que seja, é capaz de nutrir nosso espírito, enquanto o pão material sacia apenas o corpo.

Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça

Se acreditarmos que o mundo pode nos oferecer amor ou felicidade, morreremos, pois só Jesus pode nos dar a vida eterna. Em seu reino, encontraremos nossos entes queridos e viveremos unidos, em paz e harmonia.

Em decorrência do amor incondicional que tivermos por Cristo, Ele nos proverá tudo o que for necessário, tanto para a alma quanto para o corpo. Portanto, buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será acrescentado.

Deus utiliza nossos cinco pães e dois peixes, ou seja, nossas habilidades, nossas inteligências e capacidades para alimentar a multidão, pois Deus nos criou para isso.

O mundo está cheio de pessoas mesquinhas, medíocres e hipócritas que passam por cima de tudo e de todos para obter o que desejam. Portanto, devemos estar verdadeiramente vivos para doar nossas vidas a essas almas necessitadas, porque Jesus quer nos usar para multiplicar seus dons.

Artigo baseado na homilia de
Pe. Manoel Corrêa Viana Neto.
Diocese de Campo Limpo,
São Paulo – SP.

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