Domingo, 22 de setembro.
"Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que acolherá. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou."
Devemos ser simples como os pequeninos
Não somente as crianças, mas devemos acolher a todos e passar a eles os ensinamentos de Jesus. Também devemos ser simples como os pequeninos, na pureza, no amor e na obediência, para que no amadurecimento da nossa fé possamos fazer aquilo que o Senhor espera de nós.
No evangelho do domingo anterior, São Pedro se escandaliza com a revelação de Cristo por este dizer que seria crucificado, e logo o repreende dizendo: “Afasta de mim Satanás!” porque, assim como os discípulos, Pedro pensava que Jesus, com seu exército, iria expulsar os romanos de Israel. Jesus também era duro com as pessoas na medida do possível.
No evangelho de hoje, Jesus e os discípulos vão para Cafarnaum, enquanto isso os discípulos discutiam quem era o maior dentre eles e de qual lado se sentariam ao lado de Jesus no reino de Deus. Isso demonstra que Pedro e os discípulos pensavam como os homens e não como Deus.
Ao chegarem na casa de Pedro, em Cafarnaum, Jesus perguntou aos discípulos o que estavam discutindo e, obviamente, ninguém se atreveu a responder. Então Jesus lhes responde: “Quem quiser ser o maior que seja o menor e aquele que serve.” Com isso entende-se que a lógica do reino de Deus não é a lógica do mundo.
A lógica da sociedade é diferente da lógica de Deus
A lógica do mundo é aquela que valoriza o ser humano quando ele tem alguma posição social, bens, ser bem de vida etc., do contrário ele não vale nada. Se você não tiver nada a oferecer, ninguém vai te amar, ou te valorizar e ainda vão te rejeitar.
Por isso que as pessoas acabam se rebelando, pois, a sociedade cobra muito delas, se rebelam porque não são amadas e porque falta afeto na vida dos seres humanos e compreensão. A lógica do Reino de Deus e de Jesus Cristo é uma lógica inversa a tudo isso que a sociedade impõe.
Infelizmente as pessoas vão nos amar quando tivermos prestígios, do contrário, elas vão nos esquecer. Quando perdermos nossos bens as pessoas vão nos ignorar, contudo, quem nos acolherá é Cristo através da igreja e da comunidade.
A sociedade simplesmente nos cancela, fazendo de nós inválidos. Porém se entendermos o que significa o reino de Deus, somos tudo. Pois Deus foi capaz de entregar o seu filho para que morresse na cruz, para nos salvar da morte e do pecado.
Deus nos ama sem exigir nada em troca
Deus não nos ama porque somos inteligentes ou detento de bens ou prestígios, Ele nos ama porque somos seus filhos e porque saímos de seu coração, mesmo sendo falhos e pecadores.
O reino de Deus não é o reino do mundo, mas o reino que recolhe e acolhe quem for simples como as crianças. Somos chamados a escutar a palavra de Deus onde somos filhos e filhas amados, Deus nos chamou para dizer a nós o quanto nos ama e o quanto Ele é nosso Pai.
Nosso Deus é como o pai do filho pródigo que pediu seus bens, saiu de casa, perdeu tudo e voltou sem nada para a casa do pai que o acolheu sem exigir nada em troca.
Na segunda leitura de são Thiago, ela nos mostra a razão de estarmos sempre em guerra e discordando um do outro. A razão disso se dá ao fato de não tolerarmos uns aos outros, e porque não nos sentimos amados, e quando não nos sentimos amados temos ódio, raiva e ciúmes do outro.
Devemos acabar com a intolerância através do diálogo.
Basta amarmos, toleramos e amarmos, você já disse para algum inimigo seu que você o ama? Em um momento oportuno tente abraçá-lo e diga isso a ele, você verá que foi capaz de tirar uma barreira de sua frente que o impedia de caminhar.
A razão de Deus nos amar, acolher e perdoar do jeito que somos, nos dá também vontade de amar, acolher e perdoar nossos irmãos. É muito mais fácil fazer o bem do que praticar o mal e mesmo assim a humanidade prefere fazer o mais difícil, e com isso se afunda cada vez mais.
A intolerância se rompe com a aceitação e o diálogo, pois não fomos criados para sermos muros e sim pontes, ou seja, devemos ir ao encontro do irmão. Não devemos entrar na lógica da intolerância, da impaciência e da rejeição. Há mais alegria no céu por um pecador que se converte do que por 99 justos.
Deus vai nos julgar pelo amor e obras de caridade que praticamos. Agradeçamos a Deus pelo dom de nossa vocação e pelo dom de nossas vidas, pois enquanto tivermos vida, façamos o bem, mesmo que sejamos colocados à prova pelo mundo.
Quem vai à nossa frente é aquele quem venceu a morte e venceu o pecado. Com Cristo somos mais que vencedores.
Artigo baseado na homilia de
Padre Manoel Corrêa Viana Neto
Diocese de Campo Limpo,
São Paulo – SP.
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