Domingo, 03 de novembro.
“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.”
Jesus Cristo é o Santo por excelência
Todos nós temos um santo de devoção, pois eles nos dão testemunhos e exemplos de santidade. A Solenidade de Todos os Santos não é apenas o dia dos santos tradicionais da igreja católica, mas sim de todos aqueles que assumem a santidade em suas vidas, apesar dos pecados, porque todos nós somos pecadores.
Em primeiro lugar, Jesus Cristo é Santo por excelência e, ao longo da história do cristianismo e da igreja católica, houve muitas pessoas que assumiram o cristianismo em suas vidas que, com isso, se tornaram santas.
Jesus quis assumir sua igreja para junto com ela expressar a salvação do mundo, oferecendo o caminho de santidade para toda humanidade. Por isso os santos, na história da igreja, pronunciaram ao mundo a ressurreição de Jesus Cristo e sua presença no meio de nós, ou seja, uma mensagem de amor e salvação.
Nossas vidas estão em comunhão com o santos
Tivemos ao longo da história os perseguidos, os mártires, os apóstolos, a Virgem Maria que é Rainha de todos os santos e mártires; monges, monjas, sacerdotes e religiosos, assim como os leigos cuja santidade vem se expressando cada vez mais neles.
A Missa nos faz recordar que os santos e santas, assim como os anjos, não estão apenas nos céus, mas também no meio de nós, especialmente na celebração eucarística, bem como nossos entes que já viveram sua Páscoa.
Por isso que nossas orações, ao serem feitas com fé, são atendidas porque nós temos uma comunidade de santos e santas intercedendo por nós, e a razão de rezarmos no credo “creio na comunhão dos santos!” significa que as nossas vidas são penetradas pela comunhão dos santos e santas, inclusive de nossos entes.
Indulgência plenária aos defuntos
Do dia 1 a 8 de novembro toda a missa que oferecermos a um defunto concederemos a ele indulgência plenária desde que comunguemos e estejamos em dia com nossa confissão. Com isso, este defunto que estiver no purgatório vai direto para o céu. Do purgatório só se vai para o céu, não vai para o inferno.
Por isso que os santos, juntos ao trono de Deus, intercedem por nós. No entanto, nós também podemos oferecer nossas orações pelos nossos entes que não tiveram tempo de se purificar aqui na terra para receberem a salvação.
E com isso eles terão capacidades para interceder por nós. É uma íntima comunicação entre o céu e a terra e, por esta razão, nossas orações são atendidas. É uma pena que nossos irmãos protestantes não creem na intercessão dos santos.
Quando Deus vê vários filhos pedindo a mesma coisa, Ele atende com maior intensidade. Pois quando dois ou mais estiverem reunidos em seu nome, Deus se fará presente.
O Purgatório é um lugar de purificação
Deus sabe que na oração em grupo há uma necessidade em conjunto. No antigo testamento, Moisés intercedeu pelo povo. Rezemos por aquelas almas que fizeram parte de nossas vidas, como por exemplo, parentes, amigos, colegas de trabalho, professores etc. que hoje podem estar no purgatório se purificando para ir para o céu.
O maior presente que você pode dar a alguém que já partiu é oferecer uma missa para a alma dessa pessoa. Isso é um gesto de solidariedade e comunhão com os santos.
Muitos dizem que não se confessam com o padre porque preferem se confessar diretamente com Deus. Mas Deus não diz para nós diretamente que absolveu nossos pecados, porque é através do padre, apesar de suas falhas e pecados, que Deus se põe a dizer isso.
O Padre na figura de Cristo
O padre concede a absolvição em nome de Jesus e declara: ‘Eu te absolvo!’ Ele atua na figura de Cristo, já que o próprio Cristo ungiu o sacerdote para que pudesse perdoar, o que justifica o sacramento.
Quem não se humilhar diante de Cristo não será perdoado, a comunhão dos santos pressupõe esta dinâmica da fraternidade, por isso nós católicos prezamos muito pela comunidade cristã e pela comunhão fraterna. Porém o que nos causa divisão não vem de Deus.
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:21.
Nesta passagem, Jesus ora pela unidade entre seus seguidores, desejando que eles sejam unidos assim como Ele é com o Pai. Essa unidade serve como um testemunho para o mundo sobre a missão e a divindade de Jesus.
A caridade pode redimir nossos pecados
O Espírito Santo é o Espírito da unidade, pois se uma pessoa causar divisão na comunidade, ela estará se deixando levar pela tentação do demônio. São Paulo diz que a caridade pode redimir nossos pecados, ou seja, quem faz caridade está pagando pelos seus pecados.
O Papa Francisco prefere uma Igreja “acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas” a uma Igreja “enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.
Com isso o Papa Francisco defende a ideia de uma “Igreja em saída”, que deve deixar de lado o comodismo e ir ao encontro das pessoas que mais precisam. Ele acredita que uma Igreja reclusa entre os seus próprios muros e dogmas não consegue dar conta do que o Evangelho pede.
Artigo baseado na homilia de
Padre Manoel Corrêa Viana Neto
Diocese de Campo Limpo
São Paulo – SP
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