Domingo, 13 de abril.

“Ide ao povoado ali na frente. Logo na entrada encontrareis um jumentinho amarrado, que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui. Se alguém, por acaso, vos perguntar: ‘Por que desamarrais o jumentinho?’, respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele'”.
Jesus conclui sua missão
Entramos em Jerusalém com Jesus Cristo no Domingo de Ramos e presenciamos a cena de sua paixão, quando Ele conclui Sua missão, oferecendo-se por nós na cruz. No Gênesis, Adão e Eva viviam um relacionamento íntimo com Deus, face a face, onde não havia motivo para desobedecê-lo, pois Ele os havia criado por um gesto de amor.
A manifestação de Deus à sua criação é uma manifestação dialogal, onde Deus está sempre dialogando conosco, como fez com Adão e Eva. Nós é que muitas vezes, por conta do pecado, não o escutamos porque fechamos nossos corações a Ele.
O cântico, Servo Sofredor, do profeta Isaias é como que um prenúncio da vinda do Messias que, em nome do povo de Israel, o libertaria, assim como toda a humanidade consequentemente. O cântico narra o sofrimento de Cristo até sua morte na cruz e ressurreição.
Deus está sempre conosco, mesmo que passemos por dificuldades, tribulações e situações desafiadoras em nossas vidas. Já o mundo, diz o contrário, que se Deus existisse, não enfrentaríamos dor nem sofrimento. E com isso, o demônio quer nos testar colocando dúvidas em nossos corações.
A revelação do Servo Sofredor
Por isso o Servo Sofredor revela uma fé inabalável de alguém que crê que Jesus é nosso libertador, e que seu sofrimento tem um propósito e não é em vão. No entanto, a igreja nunca julgou o sofrimento humano como resultado de um fracasso de Deus. Deus, na cruz, aparentemente fracassou, mas esta situação serviu de vitória para Ele sobre o demônio.
O sofrimento serve para darmos testemunho da nossa fé e da nossa adesão incondicional a Deus, ou seja, mesmo no sofrimento devemos permanecer fiéis a Deus, cuja vitória será alcançada. Deus permite os sofrimentos em nossas vidas para que aprendamos, através deles, o propósito de Deus; e se entendermos este propósito, passamos a crer Nele.
E Deus é um Deus poderoso que não nos decepciona. Estamos no ano do Jubileu cujo tema, Peregrinos da Esperança, ou seja, a esperança não decepciona (Rm 5,5), porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações. Esperança significa esperar, ser paciente, e deixar que Deus se encarregue de nossos fardos.
Quando olhamos para a cruz, vemos o meio pelo qual Deus quis restaurar a humanidade. A humanidade que está mergulhada no pecado por ter abandonado a graça de Deus. Quantos jovens não estão sendo influenciados por essa “catequese” do mundo, deixando-se levar pela sensualidade propagada nas redes sociais? Infelizmente, isso muitas vezes os conduz ao uso de drogas, à dependência e a outros vícios.
Todo o bem que fazemos vem de Deus
Da mesma forma, quem consome pornografia acaba se contaminando, permitindo que o mal penetre em sua vida e em sua família. Isso pode gerar divisão entre o casal, afastamento dos filhos, dificuldades no ambiente de trabalho e nos relacionamentos sociais, resultando em perdas e prejuízos.
É responsabilidade dos pais monitorar o que seus filhos veem no celular, por isso não devemos baixar a nossa guarda. E, diante dessas realidades, devemos fazer nossa profissão de fé, mas para isso é preciso que tomemos consciência de uma coisa muito importante: Que Deus enviou seu único filho para que sigamos seus ensinamentos.
Ninguém tem condições de pagar pelos seus pecados a não ser o Cristo Jesus, pois todo o bem que fazemos vem de Deus; e o que é mérito nosso é apenas o sim que damos a Ele.
São Paulo diz na segunda leitura: “Faço aquilo que não quero, e o que quero não consigo fazer”. Assim como, “irai-vos, mas não pecais”, ou seja, não temos poder sobre o que sentimos, mas podemos controlá-lo. E quem faz isso por nós é o Espírito Santo, quando dizemos o nosso sim a Deus. Isto também diz respeito em amar o próximo, aceitar os irmãos e perdoar.
Papai nosso
O sim significa colocar a esperança no Senhor. Deus não nos imputa sofrimentos para ver até onde aguentamos porque isso não é próprio Dele. Qual o pai que não ama seu filho por mais “mala” que seja? Portanto não deixemos que a catequese do maligno roube de nós a paternidade de Deus.
Não é à toa que a única oração que Jesus Cristo nos deixou é a oração do Pai Nosso. Que no hebraico, pai nosso significa papai nosso, sendo assim um termo muito íntimo e, ao mesmo tempo, o Pai do povo.
Mesmo que um pai terreno abandone seu filho, Deus jamais nos abandona, nem mesmo quando fazemos escolhas erradas. Ele sempre vai adiante de nós, pronto para nos libertar da morte causada pelo pecado. Cristo reconciliou a humanidade com o Pai, e aquilo que Deus reservou para nós, ninguém nos poderá tirar.
Não há maior prova de amor do que aquele que dá a vida pelo irmão, portanto valorize quem está ao seu lado enquanto ele vive, pois quando Deus o chamar, não haverá mais como correr atrás. O mesmo povo que viu os milagres de Jesus foi quem mandou crucificá-lo. Perdoar é o maior ato de caridade que se pode oferecer a alguém; é a expressão máxima da capacidade de se doar pelo outro.
Artigo baseado na homilia de
Padre Manoel Corrêa Viana Neto
Diocese de Campo Limpo
São Paulo – SP
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